domingo, 8 de junho de 2008

SEPPUKU!





Seppuku




Normalmente o termo utilizado para o ritual suicida é popularmente de harakiri que literalmente significa "cortar a barriga" ou "cortar o estômago", no entanto, seppuku é outro termo que pode ser utilizado para esta prática.


Este ritual era praticado pelos samurais. Eles deviam ajoelhar-se e enfiar o seu tanto (espada japonesa) na barriga, no lado esquerdo, e cortá-la então, até ao lado direito deixando assim as viceras expostas para mostrar sua pureza de carácter.


Um dos motivos para que os samurais cometessem este acto estava na falha de servir o seu senhor ou perda da honra por qualquer motivo. Se o senhor do samurai é assassinado e o samurai não comete seppuku, nenhum outro senhor irá contratá-lo e ele ficará conhecido como ronin.


Seppuku é a parte chave do Bushido, o código dos guerreiros samurais. Era utilizado pelos guerreiros para evitar cair nas mãos dos inimigos e para atenuar a vergonha que isso causaria.

Os samurais podiam também receber ordens dos daimyo (senhores feu

dais) para que cometessem seppuku. Guerreiros que caíssem em desgraça também tinham permissão por vezes para cometer seppuku ao invés de serem executados. Como o principal ponto do acto era a restauração ou proteção da honra do guerreiro, os que não pertenciam a ordem dos samurais não eram obrigados e não se esperava que cometessem seppuku.


Samurais mulheres somente poderiam cometer esse acto com permissão. As mulheres que seguiam o bushido realizavam uma práctica similar denominada jigai. A principal diferença com o Seppuku é que se fazia um corte no pescoço, seccionando a artéria carótida com uma daga chamada Kwaiken.


Previamente, a mulher devia atar-se com uma corda os joelhos para não ter a desonra de morrer com as pernas abertas ao cair. No mundo dos guerreiros, seppuku era um feito de bravura que era admirado num samurai que sabia haver sido derrotado, caído em desgraça ou mortalmente ferido.



Significava que ele poderia terminar seus dias com os seus erros apagados e sua reputação não apenas intacta como engrandecida. O corte do abdômen liberava o espírito do samurai da forma mais dramática, sendo uma forma extremamente dolorosa e desagradável de morrer, e algumas vezes o samurai que o fazia pedia a um companheiro leal que lhe cortasse a cabeça no momento de agonia.


Algumas vezes o Daimyo era chamado para fazer um seppuku como base para um acordo de paz. Isso deveria enfraquecer o clã derrotado de forma que a resistência deveria efectivamente cessar. Toyotomi Hideyoshi usou o suicídio de um inimigo nesse sentido várias ocasi›es, a mais dramática das quais encerrou a dinastia daimyo definitivamente quando Hojo foi derrotado em Odawara em 1590.



Hideyoshi insitiu no suicídio do Daimyo Hojo Ujimasa, e no exilio de seu filho Ujinao. Com um corte de uma espada a mais poderosa família de Daimyos do Japão teve o seu fim. O seppuku está inevitavelmente ligado à história dos "47 Ronin", a obra literária medieval mais importante do Japão, imortalizada pelo teatro tradicional, o kabuki.



O seppuku como castigo judicial foi oficialmente proíbido no Japão em 1873, apesar desta prática não ter terminado. Foram documentados vários casos de seppuku depois desta data, incluindo vários militares em 1895 como protesto pela devolução do território conquistado à China, o General Maresuke Nogi (educador do Imperador Hirohito) e a sua esposa, a morte do Imperador Meiji em 1912, e os muitos soldados e cívis que preferiram morrer do que aceitar a rendição na Segunda Grande Guerra.



Em 1970, o famoso escritor Yukio Mishima e um dos seus seguidores realizaram um seppuku pœblico numa tentativa fracassada de incitar o Exército de realizar um golpe de Estado. Mishima cometeu seppuku no escritório do General Kanetoshi Mashita.


Em 1999, Masaharu Nonaka, um empregado da Bridgestone no Japão, cortou o abdómen para protestar pela sua reforma aos 58 anos de idade. Morreu mais tarde num hospital por causas das feridas. Desde então não tem havido mais casos de seppuku no país do Sol Nascente.

KEGADORU!





Kegadoru


A cidade de Tóquio é um dos locais no mundo onde as grandes revistas de moda e tendências têm os seus “olheiros”, usando uma terminologia futebolistica. Harajuku é um desses locais onde podemos encontrar modas tão extremas quanto estranhas e grupos sociais dos mais variados. Das Ganguro às Gothic Lolitas tudo é permitido.



É sabido que a moda no Japão destaca-se por iniovar, onde facilmente um mero objecto do dia-a-dia pode-se transformar num acessório indispensável para se estar na moda, basta para isso uma figura pública, um desenho animado ou uma “idol” usá-la. Há uns anos atrás em Akihabara (a cidade eléctrica) e o paraíso para qualquer otaku vê nascer uma nova moda/estilo de representação de algumas das “idols”.


Jovens passeiam pelas ruas com ligaduras, vendas nos olhos e pensos, como se estivessem feridas. A esta nova tendência deram o nome de Kegadoru, palavra aglutinada de “kega” (lesão) e idoru (idolo), que podemos traduzir para português como “ídolo lesionado”.



Para muitos pode parecer estranho, mas quem está familiarizado com o universo do anime facilmente se lembrará quem em 1995 Ayanami Rei (neon genesis Evangelion), uma das personagens mais carismáticas da animação japonesa, usou uma ligadura vendando um dos olhos, por isso, esta moda pode ter começado por essa altura, numa primeira forma como cosplay e aos poucos foi-se tramsformando numa autêntica moda, tornando as ligaduras, os pensos e as vendas num acessório essencial.



Nada é deixado ao acaso. Aparentemente também as cores das ligadoras têm o seu papel nesta moda. O branco simboliza a castidade e a virigindade e o preto como sempre é sinónimo de lado negro da moda.



Para os psicólogos, esta nova faceta feiticista do mundo otaku é uma evolução normal. Com efeito, desde do aparecimento dos otaku, a mulher sempre foi representada como frágil e fraca. Inicialmente lolita, e agora aleijada. Na história recente dos otaku, os homens sempre tiveram o bonito papel: mestre e protetor.